Audacy implanta em suas rádios uma tecnologia de streaming que possui funções on-demand

Plataforma de streaming de rádio e podcasts da Audacy / reprodução

Sempre que se fala de streaming de áudio ao vivo e conteúdos on-demand, como podcasts, imagina-se dois mundos próximos do áudio digital, mas com comportamentos bem diferentes. O primeiro se limita a um fluxo contínuo de áudio ao vivo, onde o máximo que o usuário faz é “pausar” ou “encerrar” a transmissão. Já no segundo, há um comportamento distinto, onde é possível pular conteúdo, retroceder, entre outras funções básicas. O que também se vê em transmissões ao vivo nas redes sociais, mas com mais possibilidades, será apresentado pela Audacy neste mês de março, com a implantação de um streaming onde o usuário pode manipular o conteúdo transmitido.
O sistema foi desenvolvido pela Super Hi-Fi, nome que ficou famoso no mercado após o lançamento de soluções com inteligência artificial voltadas para o rádio. O streaming, conhecido como HLS+, desenvolvido a partir do padrão de streaming HLS criado pela Apple em 2009, está disponível exclusivamente para rádios, permitindo funcionalidades como pular músicas e adicionar conteúdo personalizado às estações digitais.
Isso aproxima a experiência de ouvir rádio ao vivo via internet aos conteúdos ao vivo de plataformas como YouTube, mas com um poder maior de personalização, segundo a empresa. E une dois mundos: preserva as vantagens do conteúdo linear via streaming, mas também dá a opção do ouvinte interagir de forma diferente com esse conteúdo de áudio, adicionando novos costumes de consumir a mídia.
De acordo com a mídia norte-americana especializada na cobertura de rádio, a Audacy já está migrando suas estações de rádio digitais para o novo formato, com a previsão de finalizar o processo até o final deste mês. Alguns canais já estão disponíveis com a nova ferramenta desde o último dia 12.
Tanto a Audacy quanto a Super Hi-Fi acreditam que essa nova tecnologia abre portas para os radiodifusores atingirem públicos mais jovens, acostumados com serviços sob demanda como Spotify e Apple Music, mesclando a oferta online do rádio broadcast com a personalização dos serviços de streaming. Desenvolvido ao longo de quase três anos, o HLS+ é compatível retroativamente com inúmeros dispositivos que suportam HLS, facilitando sua adoção em larga escala, o que inclui agregadores de rádios e equipamentos inteligentes.
Outro ponto-chave é a possibilidade que isso abre para parcerias entre rádios e outras empresas do mercado de tecnologia, além de mais ferramentas de monetização. E para o conteúdo, é totalmente possível segmentar ainda mais, até trabalhando com conteúdos hiperlocalizados, um dos pontos que estarão em discussão nos fóruns voltados ao rádio no NAB Show 2024, que terá a cobertura do tudoradio.com.
E o streaming de rádio tradicional?
Nesse primeiro momento, a Audacy está implantando nos canais exclusivamente digitais, onde as possibilidades de personalização já estarão disponíveis até o final do mês. Porém, a empresa afirma que o HLS+ deve evoluir para o uso em rádios tradicionais, ou seja, emissoras que estão no dial AM/FM e que contam com réplica no streaming. Possivelmente isso será um caminho natural para o setor.
Processos de maior personalização já existem de forma tímida em algumas estações de rádio da marca. As emissoras “all-news” e “news/talk” contam com opções de retroceder sua programação dentro do aplicativo da Audacy, incluindo marcações de horários e até avanços para conteúdos que já foram ao ar, simulando a experiência do fluxo habitual de streaming, mas também com comportamento on-demand.
A Audacy é o segundo maior grupo de rádios dos EUA e tem investido de forma expressiva em suas plataformas digitais. Estão dentro do guarda-chuva da marca estações famosas como WCBS FM 101.1 de Nova York, KNEW FM 102.7 de Nova York, KROQ FM 106.7 de Los Angeles, K-Earth FM 101.1 de Los Angeles, Live 105 FM 105.3 de SAN Francisco, entre outras.
É bom ficar de olho
Os principais grupos de rádios dos EUA são conhecidos pela sua notável evolução no desenvolvimento do meio via streaming e podcast. No áudio digital ao vivo, há anos o setor conta com publicidade programática, separação de breaks (diferenças entre o que vai no ar via dial e o que vai para o online), trabalhos com dados conectados (para aferir audiência, vender anúncios, fechar parcerias com outros setores, como o automotivo, entre outras ações) e uma ampla distribuição desses conteúdos em super apps próprios, agregadores e dispositivos conectados.
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