A Rádio Gazeta AM 890 de São Paulo, emissora controlada pela Fundação Cásper Líbero, completa 75 anos, sendo considerada a primeira rádio oficial da capital paulista. De acordo com o histórico da rádio, em 1943, a antiga Sociedade Rádio Educadora Paulista (primeira estação de rádio oficial da cidade de São Paulo), foi adquirida pelo jornalista e empresário Cásper Líbero. Oficialmente, no dia 15 de março, daquele ano, a rádio passou a se chamar Rádio Gazeta PRA-6 – A Emissora de Elite. Segundo historiadores, o slogan não se referia a uma elite econômica, mas cultural. No início de sua trajetória, a Rádio Gazeta AM tinha sua programação dedicada à música erudita, transmitindo concertos ao vivo de seu auditório. A partir de 1963, a Rádio Gazeta AM passou a incluir programas jornalísticos e esportivos. Grandes nomes do jornalismo e do rádio brasileiro passaram pela emissora, entre eles Jota Júnior, José Italiano, Dalmo Pessoa, Peirão de Castro, Armando Gomes, José Isaias, Alexandre Nemeth, Lídio Soares e Delfin Pinto.
Também tiveram passagem pela emissora, nas décadas de 70 e 80: Galvão Bueno, Osmar Santos, Rubens Pecci, Barbosa Filho, Oswaldo Maciel, Henrique Guilherme, João Batista, Silva Netto, Cleber Machado e Tony José. Ainda na década de 1980, a Rádio Gazeta se tornou grande referência quando o assunto era esporte.
A emissora conta com a intensa participação dos seus estudantes em atividades diárias, seja na atuação de estágio, monitoria ou atividades laboratoriais. Dessa forma, em conjunto com os profissionais da emissora, os alunos vivenciam o exercício da profissão das áreas da comunicação e realizam atividade complementar ao ensino superior.
Cásper Líbero completaria 129 anos neste mês
Além da Rádio Gazeta, o seu fundador, Casper Líbero, também recebe homenagens neste mês. Nascido em Bragança Paulista, interior de São Paulo, em 2 de março de 1889, Cásper Líbero completaria 129 anos. Era filho do médico e político republicano Honório Líbero e de Dona Zerbina, uma das mais respeitadas senhoras bragantinas; irmão de Nelson e José. Dotado de uma grande visão de marketing e ampla sensibilidade jornalística, revolucionou o conceito de jornalismo no País.
Com apenas 19 anos, formou-se como bacharel em Ciência Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito Largo São Francisco, na época a mais respeitada instituição de ensino superior no Brasil. Como advogado, chegou a trabalhar apenas por dois anos. Foi ainda Procurador da Fazenda do Governo do Mato Grosso. Trabalhou também, um pouco antes, como responsável pela sucursal do jornal “O Estado de São Paulo” na então capital brasileira, o Rio de Janeiro.
Na capital paulista, com 21 anos criou a primeira agência de notícias 100% nacional, a Americana, com sucursais no Rio de Janeiro e em São Paulo. Aos 23 anos, foi um dos fundadores do jornal Última Hora, de grande circulação na cidade do Rio de Janeiro, ao lado de Olegário Mariano, Raul Pederneiras, Luiz Peixoto e J. Carlos. Caracterizado por fortes críticas aos costumes da época e à política, o jornal foi fechado por ordens do Marechal Hermes da Fonseca.
Cásper foi o responsável pela modernização do periódico com a importação de rotativas da Alemanha, composição e impressão gráfica, sendo o primeiro jornal a imprimir em cores no País; implementou novas tecnologias como o uso da rotogravura e a valorização das imagens na paginação; substituiu o telégrafo pelo teletipo; instalou uma nova dinâmica na distribuição do jornal, fazendo chegar ás mãos dos leitores em tempo recorde, tendo na rua, nesta época, a maior esquadrilha de viaturas de “A Gazeta” para realização deste processo.
Apaixonado por esportes, foi o idealizador da “A Gazeta Esportiva”, publicada inicialmente como coluna, posteriormente suplemento do jornal, depois de maneira independente, sendo considerado o mais completo jornal de esportes da América Latina – realização que Cásper acabou não vendo, já que faleceu quatro anos antes da inauguração do jornal esportivo (em 1947).
Foi também o responsável pelas primeiras transmissões de um jogo de futebol, que aconteciam no Rio de Janeiro, via alto-falantes instalados no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, narrados por telefone, em 1922. Somente dez anos depois as rádios paulistas começaram as transmissões de partidas fora da capital. Em 1934, inovou ao criar para o meio radiofônico a versão sonora de “A Gazeta”, através do programa Grande Jornal Falado d’A Gazeta, na Rádio Cruzeiro do Sul.
Fonte: Tudoradio.com