Morador de Pantano Grande relata na Rádio Gaúcha dificuldade em voltar para casa e consegue R$ 16 mil

Após ser resgatado durante a enchente na zona norte da Capital e passar duas semanas em um abrigo, Maximiliano Torres Santiago, 43 anos, finalmente voltará para casa. Sem dinheiro para comprar a passagem rumo a Pantano Grande, onde mora com a esposa e seus filhos, o serralheiro contou com a ajuda dos ouvintes da Rádio Gaúcha para adquirir o bilhete. O volume de doações foi tão grande que, até às 13h, o pantanense já contava com R$ 16 mil na conta.
Maximiliano compartilhou o seu drama no início da tarde em uma entrevista ao vivo na rodoviária provisória de Porto Alegre, no bairro Agronomia.
— Me disseram que a única maneira de eu chegar em casa seria por um ônibus da Planalto até Rio Grande, que vai por Lajeado, Santa Cruz e Rio Pardo e passa em Pantano Grande. O problema é que estão querendo me cobrar a passagem até o final da linha, por R$ 142, e eu não tenho esse valor. Tenho apenas R$ 90 — disse.
Morador da zona rural de Pantano Grande, Maximiliano costuma passar em torno de 15 dias por mês em Porto Alegre, onde trabalha em uma oficina no bairro Navegantes. No início de maio, porém, com o avanço do Guaíba, o serralheiro ficou “ilhado” na zona norte e precisou ser resgatado de barco por voluntários e levado para um abrigo em Cachoeirinha, onde passou as últimas duas semanas.
— Fui muito bem acolhido, me serviam todos os dias café, almoço e janta. Neste tempo, eu ficava sempre acompanhando as linhas de ônibus, mas, como não tinha para Pantano Grande, não sabia quando conseguiria voltar para casa — disse.
Nesta semana, contudo, Maximiliano ficou sabendo que seria disponibilizado na rodoviária provisória de Porto Alegre um ônibus para Pantano Grande, da empresa SB, com tarifa de R$ 45,40. Por isso, nesta quarta (15), o serralheiro se despediu do abrigo e partiu de Cachoeirinha rumo a zona leste da Capital. Porém, ao chegar ao Terminal Antônio de Carvalho, descobriu que a linha havia sido cancelada por conta dos alagamentos da última terça (14).
Foi neste momento que Maximiliano foi entrevistado pela reportagem da Rádio Gaúcha e contou a sua história. Precisando de R$ 52 para comprar a passagem para o único ônibus disponível, o serralheiro disse que esperaria o tempo que fosse necessário até a linha da SB, mais barata, ser reaberta.
— É muito difícil para mim voltar até Cachoerinha para o abrigo, com bagagem, com uma cesta básica que me deram e ainda gastando dinheiro que não tenho, sem saber quando vai ter ônibus de novo. A minha esperança é aguardar (que a outra linha volte a operar) — desabafou.
Foi então que o apresentador Luciano Potter pediu ao vivo o Pix de Maximiliano, depositou os R$ 52 que lhe faltavam para a compra da passagem e sugeriu que a audiência lhe ajudasse com mais doações para que o entrevistado pudesse fazer um lanche ao longo viagem.
Porém, como as doações ultrapassaram os R$ 16 mil, serralheiro terá dinheiro até para recuperar o seu material de trabalho, que foi perdido durante a enchente.
— Meu maquinário ficou todo debaixo d’água. Somando tudo, perdi entre R$ 13 e R$ 14 mil. Mas, graças à ajuda do pessoal, vou conseguir recuperar. E, principalmente, vou conseguir abraçar minha esposa e meus filhos. Faz quase um mês que não os vejo, não sei se eles estão bem e se estão precisando de mim. Muito obrigado a todos que me ajudaram — agradeceu, em tom emocionado, logo após comprar o bilhete.
Depois da entrevista, o telefone de Maximiliano não parou de tocar, seja com notificações de Pix, mensagens de texto e áudio e até ligações de ouvintes, que queriam lhe cumprimentar e lhe desejar boa sorte.
Na última quarta (15), às 18h, graças à força do rádio e a uma corrente de solidariedade, Maximiliano voltou para casa.
FONTE: PORTAL GAUCHA ZH

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