Representantes de rádios comunitárias do Brasil discutem desafios e avanços na atual conjuntura

Comunicadores, dirigentes e representantes de vários Estados do país participaram do 3º Fórum Alagoano de Comunicação Comunitária realizado nos dias 25 e 26 de maio, na cidade de São José de Tapera, no médio sertão.

Sergipe, Goiás, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso e os municípios circunvizinhos do Estado Alagoana, estiveram na noite de abertura do 3º Fórum (25). A solenidade aconteceu na Escola Estadual Lucilo José Ribeiro e contou com a presença de autoridades municipais, presidente da FALACOM – AL, executivos da Abraço Nacional, convidados, e admiradores do rádio que puderam assistir e aplaudir as apresentações culturais como; a Banda Municipal São José Filarmônica, o grupo mirim do Corpo de Bombeiros, e o recital de cordel do poeta local Giva, onde encantou o público presente.

O encontro foi cenário para discutir e refletir diversos temas relevantes de lutas e avanços no universo do rádio, em especial promover aos participantes uma formação técnica e política enquanto ciência, sobretudo, construir um viés que possibilite padronizar os programas das rádios comunitárias no Brasil.

Estes eventos fazem parte do calendário anual de atividades da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária – Abraço Brasil com as rádios associadas, e tem como objetivo proporcionar um momento de interação, união, troca de experiência, e assim, construir de maneira coletiva meios para fortalecer e minimizar as dificuldades e desafios encontrados nas regiões, em que, as rádios comunitárias atuam.

Durante os dois dias o fórum foi transmitido ao vivo pela rádio comunitária Tapera FM, além da participação ativa dos internautas nas redes sociais. Nas atividades da programação, sábado (26), foi formada uma mesa técnica que abordou temas importantes, tais como: Produção e fontes da Comunicação Comunitária, Aspectos Jurídicos e contábeis da Radiodifusão Comunitária e a sua Conjuntura Nacional, como também foram apresentadas experiências vividas entre os comunicadores (as) e radialistas.

As rádios comunitárias foram criadas para proporcionar informação, cultura, entretenimento e lazer às pequenas comunidades e servir como canal de comunicação com a comunidade.

Segundo pesquisa realizada pelo Ibope em 2016, 89% da população de 13 regiões metropolitanas brasileiras são ouvintes assíduas de rádio, e nesse universo existem 4.781 mil rádios comunitárias outorgadas no país.

Produção Coletiva;

Para o presidente do FALACOM – AL, Paulo Bonfim, ressaltou que as atividades do 3º Fórum foram importantes por retomarem coletivamente e regionalmente os debates sobre a comunicação comunitária como um todo e especificamente sobre a radiodifusão Alagoana. “O encontro foi elaborado em momentos de grande aprendizado e os temas debatidos foram pertinentes para a manutenção e existência das emissoras comunitárias.” Finalizou Paulo.

O radialista Mano Martins dirigente da rádio comunitária Tapera FM, considerou o quanto foi positivo o evento e rico de informações. “Estou feliz porque essa ação foi fruto de um encontro em Brasília entre diretores da Abraço, no qual sugeriram que as atividades fossem realizadas em cidades interioranas com o intuito de agregar e compartilhar conhecimentos com os demais municípios da região.”

Já o coordenador executivo da Abraço/SERGIPE, e Diretor Presidente da Mar Azul FM, Everaldo Carvalho da Cidade de Estância, comentou que o evento foi excelente e a dinâmica da programação muita criativa. “Para nós, o papel das rádios comunitárias é fazer da comunidade a notícia, é resgatar valores e divulgar a cultura local. A notícia fundamentada em fatos reias é nossa principal preocupação e meta no meio das rádios comunitárias.”

Divulgação

“Foi extremamente importante e proveitoso participar deste 3º FALACOM e poder junto com os comunicadores(as) compartilhar e debater o papel das fontes serem regionalizadas na comunicação comunitária. Conhecer experiências novas foi enriquecedor, todos os temas discutidos foram fundamentais para nos fortalecer e renovar as energias. Serviu de impulso para continuarmos enfrentando os desafios diários, e permanecer fazendo um jornalismo sério, ético, sobretudo, criar meios para que a comunicação venha ao encontro dos anseios da Comunidade. Produzir rádio é falar de compromisso, é dar vez e voz para todos.” Declarou o professor universitário e radialista comunitário do Goiás, Mamede Leão.

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O presidente da Abraço do Estado de Mato Grosso e coordenador executivo da entidade em nível nacional, Geremias Santos, falou que o papel do comunicador popular, via as rádios comunitárias, é mostrar a realidade local, e ajudar a comunidade a entender sua condição enquanto transformador nesta sociedade capitalista. “Nosso missão como comunicadores populares é defender a classe trabalhadora contra os absurdos que vem acontecendo neste país. A destruição das políticas públicas e a perseguição aos movimentos sociais estão aí, na pauta da mídia comercial. De forma alguma, podemos repetir esse discurso e essa fala da elite, diariamente veiculada pelas TVs e rádios comerciais por todo país”, enfatizou Geremias.

Do encontro já foi retirado uma comitiva para participar da próxima agenda da Abraço que será em Brasília – DF, nos dias 12 e 13 de junho, com o intuito de reivindicar no Senado Federal, os projetos de lei que tramitam vagarosamente, retardando a realização de ações inovadoras nas rádios comunitárias.

Rosemary Augusto
Assessora de Imprensa

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